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Gohayó

   Áudio em baixa resolução para que possa ler e conhecer o trabalho.
   Para melhor apreciação do trabalho sugiro ouvir no iTunes, Tidal ou Amazon Music

    O que é Gohayó?
    Gohayó é o nome original indígena da ilha de São Vicente no litoral paulista, onde hoje se encontram as cidades de São Vicente e Santos.
    "A história contada no meu álbum é real", porém, obviamente romantizada.


    Em Portugal, no ano de 1498, Cosme Fernandes era um jovem sonhador judeu de 18 anos muito ativo e tagarela  que recusava a se converter ao cristianismo e brigou pelos seus direitos até que foi condenado a ser degredado na costa do novo mundo mais precisamente na região de Iguape. Embarcou na expedição de Bartolomeu Dias provavelmente como escravo.
   Jogado à sorte no mar de Icaparra para sobreviver à natureza e aos índios não muito amigáveis. Porém ele não contava com a companhia de antigos moradores da região que eram espanhóis, portugueses e irlandeses náufragos ou também degredados.
   Ganhando a confiança de todos, logo recebe a missão de ir para Gohayó, um conhecido povoado indígena que vive isolado em terras cercadas de mangue, mar e baías protegido por uma estratégica topografia.

   
 

   A história começa com ele orando em uma das embarcações da expedição de Bartholomeu Dias. Ele ainda não sabia de sua punição como degredado, mas sabia que iria conhecer o Mundo Novo e sentia que algo estava por vir.

 

   1. Abertura " Mundo Novo"

    Sei que eu me inspirei em cada cruzada
    Pra te sentir melhor em cada jornada
    Olhar pra trás é como ter o sentido
    P'rum novo amanhecer a te procurar

    Sem temer o tempo que nos separa

    Buscando um segredo que satisfaz
    Como um jogo, um grande torneio

    Pro alcance maior que é te conquistar

    Como o sol o som me aquece
    Variando as estações
    Sem sentido. Sem dar explicação.
    Buscando o que se vê
    Um mundo novo transformando

    Nossos distantes sonhos

 

    Sem temer o tempo que nos separa

    Buscando um segredo que satisfaz
    Como um jogo, um grande torneio

    Pro alcance maior que é te conquistar

    Como o sol o som me aquece
    Variando as estações
    Sem sentido. Sem dar explicação.
    Buscando o que se vê
    Um mundo novo transformando

    Nossos distantes sonhos

   Ao passarem pela região de Iguape ele é atirado ao mar após lerem sua condenação.
   O local exato era o mar de Icapara, no encontro do rio Iguape com o mar em águas turbulentas. Cansado de se debater e tentar sobreviver ele desmaia ao chegar na areia da pequena praia de cascalhos.
   Nesse momento um sonho relembra um menestrel  que cantava pelas ruas do porto uma cantiga sobre um tal degredado e sorria ironicamente ao passar por ele.

   2. O Menestrel

    Era uma vez um jovem rapaz
    Sábio, aprendiz, um tagarela que mal não faz
    Fiel aos seus ideais, religião e sabe lá o que mais
    Desafiando a coroa foi condenado a ser degradado
    Pode se preparar para atravessar o mar
    Mesmo não sabendo se vai sobreviver ou voltar

 

   Cosme é resgatado às pressas por homens de lá, se apaixona e casa-se com a filha do Cacique Piquerobi.
   Pensando em criar um porto, Cosme diz aos habitantes que lá é local difícil para as embarcações atracarem e que para prosperar precisaria de um lugar com águas mais calmas e menos perigoso.
   Os habitantes contam sobre um lugar de boa acolhida e bons sustentos (Gohayó), que fica mais ao norte.
   Com a ajuda deles e cada vez mais apaixonado pelo lugar onde se encontrava eles foram de encontro à Gohayó.

 

   3. O Degredado

   (andei andei andei oohhh demais)

 

    Imagens invadem a aurora inebriante é olhar você

    Figuras e estranhas paisagens diante do amanhecer

    Toda essa angústia aflora e eu choro ao entardecer
    Cores brilhantes seduzem no ocaso a brilhar
    Quem sou ? Onde estou? Onde vou ?

    Errante perdido ao norte
    Por sorte de não padecer
    Frias pegadas na areia

    Que somem pra eu não voltar

    Visão que enobrece a alma
    Eu preciso.... eu preciso crer

    Na sorte lançada ao vento
    Quero viver  (Quero viver)
    Quem sou? onde estou? onde vou?

    Com sede e desejo,

    Transformo-me nas noites em que chorei

    Um canto ao longe me alcança o ouvido

    O que achei ? (O que achei ?)

    Será que é meu lugar ?

    Faces com lindos desenhos
    Invocam a lua e o sol

    Tecendo elogios com os olhos

    Nas terras de Gohayó

 

    Completo o caminho
    Vislumbro o verde que abraça o mar 

    Me sinto nascer nesse instante

    Descubro quem sou (Descubro quem sou)

    Onde estou
    Quem sou !!!


   Chegando à Gohayó eles são bem recebidos e Cosme estuda as terras planas cercadas de montanhas, baia e mar e se convence de que lá poderia vir a ser o local perfeito para fortificações e pontos para faróis estratégicos.

   4. A Ilha

   

   A ilha se tornará o ponto estratégico onde será criado um farol para atrair navegadores para a baía de Gohayó até um futuro porto num estuário de águas calmas.

   

   5. Dança Escolhida

   Mergulhar no oceano que mora dentro de mim
   Viajar por terras estranhas que levam pro infinito


   Renovar a força que me despe
   Dos seus grandes anseios

   Em respeito à minha aliança com a vida
   Me traz alegria
   Me faz melodia

   Pra minha dança escolhida
   Celebrar a paz no meu mundo
   Que vive inquieto 
   Que vibra no encontro 
   Com meu ser superior

   Que está sempre a me cercar
   Me inspirar
   Que o encontro é uma volta na terra

   Que o encontro é uma volta na terra

   É uma volta na terra

   Renovar a força que me despe
   Dos seus grandes anseios

   Em respeito à minha aliança com a vida
   Me traz alegria
   Me faz melodia

      Que vive inquieto    

      Que vibra no encontro    

      Com meu ser superior

   Que está sempre a me cercar
   Me inspirar
   Que o encontro é uma volta na terra

   Que o encontro é uma volta na terra

   É uma volta na terra

   Mergulhar no oceano que mora dentro de mim
   Viajar por terras estranhas que levam pro infinito


   Renovar a força que me despe
   Dos seus grandes anseios

   Em respeito à minha aliança com a vida
   Me traz alegria
   Me faz melodia

   Pra minha dança escolhida
   Celebrar a paz no meu mundo
   Que vive inquieto 
   Que vibra no encontro 
   Com meu ser superior

   Que está sempre a me cercar
   Me inspirar
   Que o encontro é uma volta na terra

   Que o encontro é uma volta na terra

   É uma volta na terra

   6. Sonho

   Fazem festas, comemoram e alí decidem ficar e construir, em perfeita comunhão com os índios, uma cidade e um porto bem abrigado em águas calmas. O Porto Das Naus.

 

   6.  Porto Das Naus 

 

   Vindas do portal nascente à baía
   Indo ao portal poente

   Chegam as naus
   Pra descansar
   Das longes viagens de além mar

   Vejam que ao lado do portal nascente
   Acima de nós o sol iluminando a terra ou os faróis

 

   Pra ver você chegar e atracar
   Quebrando o som do mar com as Naus e velas

   Que invadem este lugar
   Trazendo o brilho de história pra contar

   E homens em busca de glórias
   Passam por aqui e nos contam histórias
   De onde eu vim
   Que bom saber de tudo e de todos que deixei

   Conta mais 

   Dos reis cidades e países
   Das índias do velho e do novo mundo
   De quem descobriu o que já foi

   Descoberto há muito tempo e traz
   O que já é meu, seu e de quem mais chegar
   Meu, seu e de quem mais chegar

   Vem ver quão lindo é estar e ter aqui todos
   Deste mundo e do outro
   Podem vir e atracar e repousar
   Ficar e nos contar o que acontece lá
   No velho mundo

   Naus e velas invadem este lugar
   Trazendo o brilho de histórias pra ficar


    Com os faróis funcionando e a trajetória das expedições cada vez maior pela costa do Novo Mundo já então "Terra de Santa Cruz", começaram a chegar os mercadores e a fama de Gohayó tomou grandes proporções até chegar aos ouvidos da corte de que o degredado havia construído por lá.

 

   7. Mercadores
 

   Vem em troca deixe e leve o que quiser
   Vem em paz e escolha quilo que te satisfaz
   Sirvo à ti, sirva à mim, esteja bem e faça o bem

 

   Simples regra de saber lidar

   Com o novo rumo aqui

   Escolha apenas o que ajudar no teu caminho e vai
   Siga em paz, pelo mar e haverá muito a conquistar

 

   Vem

   É mandada uma nova expedição oficial que mapeia e nomeia o local como Ilha São Vicente mas apenas 30 anos depois que mandam para lá o então nomeado Governador Martim Afonso De Souza para expulsar Cosme Fernandes daquelas terras e terminar de cumprir seu degredo de volta à região de Iguape.
   Cosme Fernandes, traído pelos parceiros João Ramalho e Antonio Rodrigues, foge de volta para Iguape e decide criar uma nova cidade mais ao sul e a batiza de Cananéia (uma alusão à Canaã).

   8. Sistere


    Há quem diga que Cosme voltou à Gohayó (São Vicente) após capturar um corsário francês junto com Ruy Garcia De Moschera, e vencerem o que veio a ser conhecida como "A Guerra De Iguape" e atacar a cidade de São Vicente destruindo tudo, inclusive os documentos após saber que Martim Afonso abandonara a região construída por ele.

   9. Ensaio Dos Ventos


    Há quem saiba que Martim Afonso De Sousa mesmo mandou destruir tudo e todos que soubessem da história que Cosme Fernandes pois não poderiam saber que um Judeu prosperasse naquelas terras com tanta facilidade, pondo a cabeça de Cosme Fernandes a prêmio obrigando eles a fugirem de Cananéia sem saber o paradeiro deles.

 

   Deixa o vento levar a voz
   Deixa o tempo saber de nós

   Deixa o vento levar a voz 

   Deixa o tempo saber de nós

   Quem não sorriu e nem ascenou
   Teme o árduo adeus
   Tem um som na vida inteira
   Nada encerra de fato
   Tente deixar ir buscar no céu aonde ir

   É o silêncio que rege
   O ensaio dos ventos
   E assim celebra o final de um tempo
   Olha assim o futuro e vai

   Sem temer a dor

   Na luz ensaia um olhar ( Isso sustentarei)
   Dê vida à sombra do luar (Devido à sombra do luar)

   Na luz ensaia um olhar ( Isso sustentarei)

   Dê vida à  sombra do luar (Devido à sombra do luar)

   O curso da montanha é maior
   Mesmo que eu siga, mesmo que eu diga
   Navegue o mar e pelo ar suspirar

   Nunca desista
   Seguindo o sol, eterna arte
   Devido à sombra, dê vida à sombra do luar

   (Solo Nuno Mindelis)

   O curso da montanha é maior
   Mesmo que eu siga, mesmo que eu diga
   Navegue o mar e pelo ar suspirar

   Nunca desista (Nunca Desista)
   Seguindo o sol, eterna arte
   Devido à sombra, dê vida à sombra do luar

   Dê vida à sombra do luar (dê vida à sombra)

   Do luar

   (Retorna guitarra Jobam Martins)

   Reina o silêncio

   Deixa o vento levar a voz
   Deixa o tempo saber de nós

   Deixa o vento levar a voz 

   Deixa o tempo saber de nós


   Tente deixar ir buscar no céu aonde ir

   É o silêncio que rege
   O ensaio dos ventos
   E assim celebra o final de um tempo
   Olha assim o futuro e vai

   Sem temer a dor

   Deixa o vento levar a voz
   Deixa o tempo saber de nós

   Deixa o vento levar a voz 

   Deixa o tempo saber de nós


    
   

    Músicos

    Allex Bessa : Teclados Behringer Model D, Korg Krome 61, Kurzweil PC88mx, Roland VR09b e Coro.
    Dhieego Andrade: Bateria em "A Ilha" e "Mercadores".
    Guta Menezes: Coro
    Jobam Martins: Guitarras em "Mundo Novo" e "Ensaio Dos Ventos"

    Maristella De Menezes: Voz
    Nuno Mindelis: Guitarra solo na segunda parte da "Ensaio Dos Ventos" (O Curso Da Montanha)

 

    Gravado com Steinberg Cubase, interface de áudio Behringer UMC404hd e microfones AKG.

 

    Composições de Allex Bessa e Maristella De Menezes, com excessão de "Dança Escolhida" (Maristella De Menezes);  Menestrel, A Ilha, Sonho e Sistere (Allex Bessa)

GOHAYÓAllex Bessa
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